A DANÇA DAS CADEIRAS NA EDUCAÇAO BOLSONARO
- Q JORNAL
- 29 de mar. de 2019
- 2 min de leitura
MINISTRO VELEZ DESPEDE MAIS UM NESTA TERÇA-FEIRA
Por: Thiago Oliveira
29/03/2019 10:40

Sérgio Lima/Poder360 - 26.fev.2019
O Ministro da Educação Ricardo Velez Rodrigues exonerou o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Marcus Vinicius Rodrigues. A decisão ocorreu após a revogação da portaria que adiava para 2021 a avaliação de crianças alfabetizadas. A portaria foi publicada na segunda-feira dia 25, e revogada na terça mesmo dia em que o ex-presidente foi exonerado.
Em entrevista a TV GLOBO após sua demissão, Marcus Vinicius disse que:
“foi um processo muito ruim, que mostrou a incompetência geral muito grande”, uma critica a falta de diálogo dentro do MEC. Segundo ele, nos três meses de governo não houve uma reunião de trabalho com o ministro.
No dia 27 (Quarta-Feira), Ricardo Velez em audiência pública na Câmara dos Deputados, respondeu a fala de Marcus Vinicius dizendo:
“não é verdade que não tenha havido reuniões (...), está aqui o meu caro colaborador professor Decotelli que pode testemunhar que reuniões têm sido feitas para alinhar melhor nossas politicas. Sobre a demissão”.
Velez disse ainda que o ex-presidente ‘’puxou o tapete”:
“O diretor–presidente do Inep puxou o tapete. Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já tinha sido feito para a preservação da Base Nacional Curricular e fazer as avaliações de comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais”.
A demissão no INEP vem acompanhada das constantes mudanças no alto escalão do ministério da educação. Em três meses de governo, são somadas 15 pessoas demitidas ou exoneradas só na pasta. Antes do presidente do INEP, no começo da semana, a ex-secretária de Educação Básica Tania Leme de Almeida pediu demissão da secretaria. No entanto o motivo não foi confirmado pelo ministério.
Algumas das instabilidades do ministério parte da guerra entre olavistas (seguidores de Olavo de Carvalho, considerado guru do presidente Bolsonaro), e secretários do ministro Velez. Dia 11 de março após pressão do grupo olavista, Bolsonaro exige que o assessor Ricardo Roquetti seja demitido. O ministro assim o faz e com ele, são exoneradas mais seis pessoas. No dia 12, o secretario-executivo Luiz Antônio Tozi é demitido sob pressão do mesmo grupo, e no mesmo dia Rubens Barreto é nomeado no lugar dele. Mas a pressão continua e ele não assume. No dia 14, o ministro anuncia novo nome para a secretaria-executiva, Iolele Batista é a aposta por ser evangélica, mas os olavistas não cedem, e justificam sua desaprovação por, segundo eles, ela ter chegado ao ministério pelas mãos de Tozi. A desaprovação se junta com as da bancada evangélica e ela é demitida dia 22.
No dia 27 assume como secretário de Educação Básica, no lugar de Tania Almeida, o ex-aluno de Velez, Alexandre Ferreira, que vai ocupar também a pasta de Educação Profissional e Tecnológica. Pondo um fim indefinido na novela educacional brasileira.
O ministro Ricardo Velez foi indicação de Olavo de Carvalho à Bolsonaro, porem ele já sinalizou que quer derrubá-lo do Ministério, depois da crescente expurgação de olavistas do MEC. Ricardo Velez tem 75 anos, boliviano naturalizado brasileiro, é teólogo e tem licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) em Bogotá.
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